O PROCESSO DE ESTADUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA NO ESTADO DE PERNAMBUCO E OS DESAFIOS PARA ELABORAÇÃO DE UM CURRÍCULO INTERCULTURAL
DOI:
https://doi.org/10.5216/lep.v25i1.71627Palavras-chave:
Escola Indígena Intercultural, Espaços epistêmicos, EstadualizaçãoResumo
O presente artigo busca refletir sobre o processo de Estadualização da Educação Escolar Indígena no estado de Pernambuco e os desafios para elaboração de um currículo intercultural das escolas indígenas. Nossas reflexões foram realizadas a partir das abordagens teóricas de: Lopes (2004), Santiago (1998), entre outros. No percurso metodológico fizemos uso de uma perspectiva etnográfica crítica (GEERTZ, 2002; FABIAN, 2013; CLIFFORD, 2002) e no processo de coleta dos dados trabalhamos com uma perspectiva dialógica (CRAPANZANO, 1991). Neste sentido, a partir das reflexões realizadas é possível compreender que há uma nítida dificuldade por parte do Estado em reconhecer a escola indígena intercultural como espaços epistêmicos e os povos indígenas que o habitam como produtores de conhecimentos.
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