CLUBES DE MÃES E EDUCAÇÃO POPULAR: REFLEXÕES ACERCA DAS RESISTÊNCIAS TECIDAS NA(S) PERIFERIA(S)

Resumo

Ao longo de décadas, diversas mulheres passaram desapercebidas e foram ocultadas de grande parte das análises geográficas, ainda que estas sempre tenham estado presentes nas produções espaciais e territoriais. Neste artigo refletimos sobre os processos de educação popular promovidos pelos clubes de mães (presentes nas periferias desde a década de 1970) e seus impactos na formação das territorialidades e resistências existentes nestes bairros. Para tanto, fizemos uso de levantamento bibliográfico extenso sobre a temática, tecendo reflexões desde uma perspectiva interseccional e feminista. O artigo encontra-se estruturado em três partes. Primeiramente problematizamos que corpos resistem nas periferias apresentando estas espacialidades a partir de uma leitura interseccional. Em seguida, fizemos um levantamento e reflexão sobre o surgimento e estabelecimento dos clubes de mães nas diferentes periferias brasileiras, destacando seu papel na organização feminina e periférica desde as décadas de 1970. Por fim, estabelecemos a relação existente entre os clubes de mães e a educação popular, demonstrando que ambos foram fundamentais para a resistência cotidiana tecida por estas mulheres através de diferentes gerações e para a formação sócio territorial de seus bairros.