A INTERSECCIONALIDADE DA AFROPERSPECTIVA DOS POVOS BANTU NO ENSINO DE FILOSOFIA: Lei Federal 10.639/03 no chão da escola
Palavras-chave:
Filosofia Africana, educação étnico-racial, Lei Federal 10.639/03Resumo
Este trabalho pretende apresentar dinâmicas amparadas na implementação da Lei Federal nº 10.639 de 2003, que torna obrigatório a inclusão das Histórias e Culturas das Áfricas e Culturas Afro-brasileiras, como mecanismo para mudanças nos currículos escolares da Educação Básica (GOMES, 2017). Assim, com base na Lei, o objetivo deste trabalho é apresentar reflexões das interseccionalidades (AKOTIRENE, 2018) na Filosofia Africana (LOPES e SIMAS, 2020) acerca da ancestralidade, das histórias, culturas e línguas dos Povos Bantu (LOPES, 2008) e (LWANGA-LUNYIIGO e VANSINA, 2010), e a necessidade da implementação dessa Lei, bem como do compromisso para que se consolide a sua efetivação no Ensino de Filosofia (NOGUEIRA, 2014). Para o sucesso desta proposta, trabalhamos com uma turma do 1º Ano do Ensino Médio, em uma instituição privada de educação, em um município da Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde evidenciamos uma pedagogia antirracista (GOMES, 2017) e decolonial (WALSH, 2013) a partir das pesquisas de Filósofos e Filosofas Afro-americanos, Africanos e Afro-brasileiros, que produziram pensamentos filosóficos amparados na afroperspectiva. A metodologia utilizada foi baseada em Aulas/Oficinas, Rodas de Diálogos, Exposições de Livros de Literaturas Africanas, Indígenas e Afro-Brasileiros, apresentações sensibilizadoras de vídeos, textos e slides afrocentrados, onde serviram de subsídio para propor as discussões na luta contra o Racismo (MALOMALO, 2018). Os resultados alcançados foram os surgimentos de pesquisas a partir de promoções de Rodas de Debates, onde os educandos entenderam sobre os problemas das violações dos Direitos Humanos, entre outras questões que estavam sendo suprimidas, em especial os olhares racistas e estereotipados aos grupos afrodescendentes. Consideramos ser, de suma importância descolonizar os pensamentos baseados em moldes eurocêntricos, para que possamos revisar as correntes hegemônicas presentes em nossa sociedade e em especial no Chão da Escola, que se articulam na Disciplina de Filosofia.

