Paris em Copacabana: boate Favela, travestilidades e históricas experiências no Rio de Janeiro (1960)

Autores

  • Paulo Vitor Guedes de Souza Fiocruz

Palavras-chave:

Travestilidades; Boate Favela; Primeira geração; Subjetividades.

Resumo

Este artigo tem como foco historicizar os processos de subjetivação e a produção de históricas subjetividades travestis na cidade do Rio de Janeiro durante a década de 1960. A análise se constrói a partir do bairro de Copacabana e da boate Favela, a primeira casa a montar um espetáculo exclusivamente com travestis na cidade. Assim, evidencio a boate como um importante espaço para a constituição de redes de sociabilidade e amizades, sem esquecer os possíveis conflitos e tensões que contribuíram para a invenção e reinvenção das subjetividades dessa época. Para a historiografia, essa é a “primeira geração” de travestis da cidade. Para reflexão e análise, serão utilizadas fontes da imprensa, imagens e a narrativa oral de Suzy Parker, uma travesti reconhecida como parte dessa geração. É neste campo que será possível pensar em desejos, trocas, sonhos, negociações e afetos que possibilitaram a criação e imaginação de novos desejos e prazeres no processo de emergência de novas subjetividades.

Referências

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Publicado

30-10-2024