A DIMENSÃO ONTOLÓGICA DO TRABALHO NA CONCEPÇÃO MARXIANA, NO “MARXISMO VULGAR” DA II E DA III INTERNACIONAIS E NA SOCIEDADE CAPITALISTA DO SÉCULO XXI

Autores

  • Jose de Lima Soares Universidade Federal de Goiás/Campus Catalão, Catalão, GO, Brasil

Resumo

O ponto de partida de nossa análise busca recuperar a dimensão ontológica do trabalho na concepção marxiana, ou seja, entendendo o trabalho como elemento fundante da atividade humana. Em segundo lugar, pretendemos submeter à crítica as teses das II e III Internacionais, no tocante a compreensão que tiveram da categoria trabalho e de sua aplicabilidade prática aos processos tayloristas, fordistas e stakhanovistas. Benjamim foi um dos poucos a tentar medir os prejuízos políticos causados pela sacralização do trabalho. Em O direito à preguiça, célebre brochura escrita em 1883, Paul Lafargue indignou-se com o grosseiro contrassenso de que o pensamento de Marx se  tornara já então objeto. Denunciou “a paixão moribunda do trabalho levado até ao esgotamento das forças vitais do indivíduo”. Este culto do trabalho constituía aos seus olhos uma “estranha loucura”, uma “religião da abstinência” geradora de “corpos debilitados”, de “espíritos atrofiados” e de seres mutilados.

Publicado

2020-11-14