MONOCULTURA DE PAISAGENS E MENTES
A noção de plantation como construto mental no neocolonialismo brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.61470/o.v21i1.74526Resumo
O escrito propõe o estudo da noção teórica de monocultura, ou plantation, e suas repercussões contemporâneas. Este assunto, em razão das questões sociais, econômicas e ambientais que suscita, vem despertando cada vez mais interesse nos debates acadêmicos, e, especialmente no Brasil, país de modelo produtivo pautado na monocultura exportadora, a ideia de plantation é fundamental para a compreensão das relações e tessituras realizadas no campo político e econômico, em se tratando de uma nação em permanente alegação de superação do atraso e na busca de um dito progresso. Em nome do desenvolvimento, a opção pelo agribusiness como setor prioritário de investimentos, responsável por grande parte do Produto Interno Bruto, explica como se dá a concentração de terra e de capital nas mãos de uma pequena parcela privilegiada em detrimento da retirada de terras e recursos naturais de camponeses, indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais. A metodologia empregada consistiu em análise teórica sobre o tema, mediante consulta em fontes bibliográficas, utilizando-se o método indutivo. Parte-se do estudo dos conceitos de plantation, poder e suas conexões com modelo de colonização, a elaboração do construto mental da monocultura como elemento civilizador e gerador de riquezas, e ainda o poder discursivo legitimador deste padrão de produção. Os resultados apontam para a formação de um construto mental poderoso, que justifica práticas violentas por parte do Estado e de particulares, em nome de uma produtividade maximizada, que encontra adesão por grande parte da população, mesmo aqueles prejudicados pelo próprio sistema.